Caminhada a Prudentópolis. Cachoeiras.
Juliana.
Gostei do seu e-mail.
Como combinamos uma parte do nosso assunto não está exposto. Mas, e obrigado que você concordou, os seus sentimentos e observações sobre o dia a dia estão aqui!
Olha acho que você tem razão.
Você disse que não aguenta mais a vidinha chata, monótona de levantar cedo, ir ao banheiro, se arrumar, tomar café, – já pensando no bendito regime-, pegar o busão – em meio a uma fila só suportável porque tem que ir ir trabalhar e trabalhar a manhã inteira obedecendo um chefe que não sabe bem o que faz. Depois almoçar, (observando o regime, claro) num almoço que não é lá aquelas coisas. Trabalhar mais a tarde (as custas de cafezinho) e voltar para casa para ver o Jornal Nacional na sua lide em demostrar, em meio a amenidades, o óbvio dos desvios e mau caratismo de uma parte grande da liderança do país onde nascemos.
Você também perguntou se é sempre assim mesmo e se a vida tão louvada, cantada em hinos e prosas no dia a dia é deste jeito sempre… Você foi irônica em observar que “e ainda um dia a gente… aiiinnnda, cara… tem que morrer. Que saco!”
Vamos ver… o que dizer prá você?
Cada pessoa é única e tem um modo seu de olhar o mundo, que vem de uma história que a brindou com uma quantidade enorme de circunstancias somente dela. Com relação ao fato que temos que morrer, isto é a certeza absoluta para os muitos bilhões de Homo sapiens que zanzam ainda vivos de um lado para o outro vivendo por aqui e ali. Mas, no período em que estamos experimentando a existência tipo “sacal” descrita ao seu estilo me parece que há uma necessidade vital e absoluta que deve ser incentivada, ensinada: Uma ATITUDE melhor, a arte do estar VIVO hoje!
Quando olhamos para a frente e nossos pés obedecem o nosso mundo interior naquela dança de um passo de cada vez o todo nos aplaude. Aventura. Perigos também. E claro… principiamos a aprender a gostar do caminho que vai se formando em meio a floresta da vida, apesar do medo e do cansaço.
Mas acima de tudo nos apaixonamos pela paisagem! Diversidade, cores, desafios e sons. Todos os sons são liderados pelo ruído do vento. Indescritível. Fala com a gente. O entendemos e os pensamentos se encaixam e lançam um pouco da nossa alma para o importante mundo lá fora. Sei que aprendemos algo!
O presente, o passado, o futuro e o imponderável se constituem em trechos da música do vento no nosso Ide. E eles nos dão pequenas e vitais presentes/surpresas no caminho onde vamos nos esculpindo.
Precisamos saber como (e muitos dos princípios foram nos ensinados pelos nossos pais e avós) “a nos revestir com força e dignidade e sorrir diante do futuro”, como ensina o livro de Provérbios, capitulo 31: 25.
Estamos aprendendo que estamos INDO.
Participo de um genial grupinho de longas caminhadas. Gente fina. Gosto muito deles. Um dos meus amigos caminhou o mês inteiro e completou somente 970 quilômetros! Imagine o quanto ele sacou da vida…
Acho que ele diria que você, Juliana está indo muito bem, e que um pouco mais de espirito de aventura e olhar para o imponderável a frente vai te fazer melhor ainda!
Muito obrigado pela gentileza do elogio ao ‘Um Homem Chamado Orestes – O Mito de Orestes’ no AMOR MAIOR.
Vamos nessa, Juliana.
Um grande abraço.
Mario Nitsche
Curitiba 31.05.2017